Zelenskyy confirma que tropas ucranianas estão lutando na Rússia

Zelenskyy confirma que tropas ucranianas estão lutando na Rússia

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O presidente ucraniano Volodymyr Zelenksyy reconheceu pela primeira vez que suas forças militares estão conduzindo uma ofensiva na região ocidental de Kursk, na Rússia, com autoridades russas locais pedindo evacuações em um ataque que marca uma mudança no status quo da guerra e um novo desafio ao Kremlin.

O ataque sem precedentes começou na terça-feira, quando até 1.000 soldados entraram na região de Kursk, de acordo com relatos russos.

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As batalhas ainda estavam acontecendo no domingo, com Moscou bombardeando seu próprio território na tentativa de conter a maior incursão da Ucrânia em território russo desde o início da guerra.

Na Ucrânia, o país continua lutando em frentes internas enquanto a Rússia lançou um ataque aéreo mortal em Kiev.

Uma foto publicada domingo na conta oficial do Telegram do prefeito de Kursk, Igor Kutsak, de um carro e um prédio residencial destruídos por um ataque de míssil em Kursk. Foto da AFP / conta do Telegram @glavaigorkutsak.FOLHETO / AFP – Getty Images

A Ucrânia permaneceu em segredo sobre a extensão de seu avanço, mas durante um discurso em vídeo no sábado, Zelenskyy disse que seus militares estavam avançando para “o território do agressor”.

“A Ucrânia está provando que é realmente capaz de fazer justiça e garante exatamente o tipo de pressão necessária — pressão sobre o agressor”, disse Zelenskyy.

O ataque já perturbou as normas estabelecidas pela invasão de 30 meses da Ucrânia por Moscovo, onde Kyiv tem lutado para defender seu território.

O presidente russo, Vladimir Putin, chamou a rara incursão ucraniana em território russo de “uma grande provocação”.

Mais de 76.000 pessoas foram evacuadas da região de Kursk, informou o Ministério de Emergências local no sábado, de acordo com a agência de notícias estatal TASS, enquanto as autoridades federais russas declararam estado de emergência nacional em meio a relatos de vítimas civis.

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No sábado, a Rússia impôs um regime de segurança abrangente em três regiões de fronteira, dando aos serviços de segurança poderes para restringir a movimentação de pessoas e veículos e usar grampos telefônicos, entre outras medidas.

As medidas de segurança visam “garantir a segurança dos cidadãos e suprimir a ameaça de atos terroristas por unidades inimigas de sabotagem e reconhecimento”, de acordo com o Comitê Nacional Antiterrorismo.

A Bielorrússia, uma forte aliada da Rússia, também enviou mais tropas para sua fronteira com a Ucrânia e disse no sábado que drones ucranianos violaram seu espaço aéreo.

O general russo Valery Gerasimov se gabou na semana passada de que as tropas ucranianas haviam sido detidas, mas a Rússia ainda não relatou ter empurrado as forças de Kiev de volta para o outro lado da fronteira.

O governador de Kursk, Aleksei Smirnov, disse na manhã de domingo que pessoas ficaram feridas, pois a luta parecia continuar até a noite de sábado. O ministério da defesa da Rússia acrescentou que destruiu 14 drones ucranianos e quatro mísseis balísticos durante a noite sobre a região de Kursk.

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Moradores deixam um prédio de apartamentos danificado pelo bombardeio ucraniano em Kursk no domingo.PA-AP

Mas os avanços na Rússia ocorrem em um momento em que as forças ucranianas continuam lutando em diversas zonas de conflito de longa data dentro de suas próprias fronteiras.

No domingo, um menino de 4 anos e seu pai de 35 anos foram mortos quando destroços de uma arma russa caída caíram sobre sua casa perto da capital Kiev, de acordo com autoridades ucranianas.

O prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko, alertou os civis no domingo para que permanecessem em abrigos.

“Unidades de defesa aérea operando, alerta de ataque aéreo continua”, ele escreveu no Telegram.

Após o ataque, o chefe de gabinete de Zelenskyy, Andriy Yermak, disse que era “necessário destruir” a infraestrutura militar da Rússia porque o inimigo não aceita outros argumentos”.

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