Putin promete "espremer o inimigo" enquanto a Ucrânia avança mais profundamente na Rússia

Ucrânia diz que suas tropas estão avançando mais profundamente na região de Kursk, na Rússia

Mundo

A Ucrânia disse que seu maior ataque transfronteiriço avançou de um a dois quilômetros (0,6-1,2 milhas) na região russa de Kursk desde o início de quarta-feira e que suas tropas terminaram de limpar a cidade russa de Sudzha das forças de Moscou.

Kiev surpreendeu Moscou ao despejar milhares de tropas na região russa ocidental de Kursk na semana passada. A operação surpresa deu à Ucrânia seus maiores ganhos no campo de batalha desde 2022, após meses na defensiva.

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Em um vídeo postado em sua conta do Telegram, o presidente Volodymyr Zelenskyy foi mostrado sendo informado por seu principal comandante, Oleksandr Syrskyi, por meio de um link de vídeo.

“Continuamos avançando mais na região de Kursk. De um a dois quilômetros em várias áreas desde o início do dia. E mais de 100 prisioneiros de guerra russos no mesmo período”, escreveu Zelenskiy em uma declaração publicada junto com o vídeo.

Kiev diz que assumiu o controle de mais de 1.000 km² (386 milhas quadradas) de território até agora.

Syrskiy disse que a cidade fronteiriça russa de Sudzha estava totalmente sob controle ucraniano.

“A busca e destruição do inimigo no assentamento de Sudzha foi concluída”, disse ele no vídeo.

A NBC News não conseguiu verificar de forma independente a situação no local.

Militares ucranianos dirigem um tanque de fabricação soviética na região de Sumy, perto da fronteira com a Rússia, no início desta semana.Roman Pilipey / AFP – Getty Images

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu revidar a Ucrânia com uma “resposta digna” e acusou os “mestres ocidentais” de Kiev de ajudar a Ucrânia.

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O presidente Joe Biden disse que autoridades americanas estavam em contato constante com a Ucrânia sobre a invasão da Rússia, o que, segundo ele, “criou um verdadeiro dilema” para Putin, que ordenou o envio de milhares de tropas para a Ucrânia em 2022.

A Casa Branca disse que a Ucrânia não forneceu aviso prévio de sua incursão e que os Estados Unidos não tiveram envolvimento na operação, embora autoridades russas tenham sugerido que os apoiadores ocidentais da Ucrânia deviam saber do ataque.

Uma autoridade dos EUA disse que o objetivo da incursão em Kursk parecia ser forçar a Rússia a retirar tropas da Ucrânia para defender o território russo contra o ataque transfronteiriço.

O ataque ucraniano à Rússia, o maior de uma força estrangeira desde a Segunda Guerra Mundial, mudou dramaticamente a narrativa em torno da guerra. A Rússia vinha avançando desde o fracasso da contraofensiva da Ucrânia em 2023 em obter grandes ganhos contra as forças de Moscou.

Putin disse na segunda-feira que a Ucrânia “com a ajuda de seus mestres ocidentais” pretendia melhorar a posição de negociação de Kiev antes de possíveis negociações de paz e desacelerar o avanço das forças russas.

Mas, em um sinal de que o ataque está endurecendo a posição do Kremlin, Putin questionou quais negociações poderiam ser feitas com um inimigo que ele acusou de atirar indiscriminadamente contra civis e instalações nucleares russas.

O rublo russo enfraqueceu em relação ao dólar na quarta-feira e perdeu 8,5% desde o início do ataque ucraniano em 6 de agosto.

Autoridades russas dizem que a Ucrânia está tentando mostrar aos seus apoiadores ocidentais que ainda pode realizar grandes operações militares, ao mesmo tempo em que aumenta a pressão sobre Kiev e Moscou para que concordem em conversar sobre a interrupção da guerra.

A Rússia reconheceu em 11 de agosto de 2024 que as tropas ucranianas penetraram profundamente na região da fronteira de Kursk em uma ofensiva que, segundo um alto funcionário da Ucrânia, tinha como objetivo "desestabilizar" Rússia e "esticar" suas forças.
Operadores de drones militares ucranianos montam um drone de reconhecimento Poseidon perto da fronteira com a Rússia.ROMAN PILIPEY Roman Pilipey / AFP – Getty Images
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Soldados russos disparam mísseis contra posições ucranianas em um local não revelado.Serviço de Imprensa do Ministério da Defesa da Rússia / AP

Ao levar a guerra para a Rússia, a Ucrânia forçou quase 200.000 russos a evacuar as regiões fronteiriças próximas ao local da Batalha de Kursk, na Segunda Guerra Mundial, onde em 1943 o Exército Vermelho derrotou as forças nazistas em uma das maiores batalhas do mundo.

O governador da região fronteiriça russa de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, declarou estado de emergência em toda a região na quarta-feira, citando ataques contínuos das forças ucranianas.

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“A situação na região de Belgorod continua extremamente difícil e tensa”, disse Gladkov em um vídeo postado no aplicativo de mensagens Telegram.

Ele acrescentou que os bombardeios diários das forças armadas ucranianas destruíram casas, matando e ferindo civis.

A ofensiva traz riscos para Kiev: a Ucrânia pode deixar outras partes da frente expostas ao dedicar forças para lutar em território soberano russo. A Rússia controla 18% do território ucraniano e vem avançando nos últimos meses.

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