Um dia após aceitar oficialmente a indicação republicana para presidente, Donald Trump deve falar por telefone na sexta-feira com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, disse uma fonte familiarizada com o plano à NBC News.
A ligação acontece quase cinco anos depois de outra ligação entre os dois ter levado ao primeiro impeachment de Trump, e enquanto surgem dúvidas sobre se Trump continuaria a apoiar a ajuda militar à Ucrânia em sua batalha contra os invasores russos.
Trump prometeu que, se vencer a eleição, ele teria a guerra “resolvida” enquanto ainda fosse presidente eleito. Ele não disse como faria isso. Em seu debate contra o presidente Joe Biden em junho, Trump criticou a grande quantidade de ajuda militar indo para a Ucrânia, mas também disse que os termos do presidente russo Vladimir Putin para acabar com a guerra “não são aceitáveis”.
Quanto ao presidente da Ucrânia, Trump disse: “Toda vez que Zelenskyy vem a este país, ele sai com US$ 60 bilhões. O maior vendedor de todos os tempos.”
A seleção de JD Vance como companheiro de chapa de Trump também levantou preocupações em Kiev, dadas suas críticas de longa data à ajuda dos EUA à Ucrânia. Na preparação para a invasão russa em 2022, Vance disse em um podcast: “Eu realmente não me importo com o que acontece com a Ucrânia de uma forma ou de outra.”
O ministro das Relações Exteriores russo Sergey Lavrov elogiou a escolha de Vance por Trump no início desta semana, dizendo: “Ele é a favor da paz, a favor de encerrar a assistência que foi fornecida e só podemos acolher isso. É disso que precisamos — parar de encher a Ucrânia de armas. Então a guerra acabará.”
Zelenskyy, que rapidamente condenou a tentativa de assassinato de Trump no sábado nas redes sociais, disse aos repórteres na segunda-feira que trabalharia com quem quer que fosse eleito presidente em novembro.
“Se o Sr. Donald Trump se tornar presidente, então trabalharemos com ele. Não tenho medo disso”, disse Zelenskyy em uma conferência de imprensa em Kyiv, de acordo com Político.
Zelenskyy disse no início deste mês que não conhecia Trump muito bem, mas que “teve reuniões com ele, e tivemos boas reuniões quando ele era presidente”.
A primeira interação deles, no entanto, levou ao primeiro impeachment de Trump pela Câmara dos Representantes, então controlada pelos democratas. Trump foi acusado de abuso de poder ao pressionar Zelenskyy a anunciar investigações sobre o então candidato presidencial Joe Biden e seu filho, enquanto retinha quase US$ 400 milhões em ajuda, e que ele havia obstruído o Congresso ao se recusar a divulgar quaisquer documentos relacionados às suas ações.
Trump negou qualquer irregularidade e afirmou que a ligação foi “perfeita”. Ele foi absolvido em seu julgamento no Senado.
Biden tem sido um aliado fiel da Ucrânia, enviando ao país centenas de bilhões de dólares em ajuda. Ele se encontrou com Zelenskyy na semana passada na cúpula da OTAN em Washington, DC, e erroneamente o apresentou à multidão como “Presidente Putin”.
Trump disse que a gafe de Biden “não foi boa. Isso foi imperdoável”.
