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Trajetória até o olimpo: Rebeca caminhava 2h para treinar e enfrentou 3 cirurgias

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Apelidada de “Daianinha de Guarulhos”, Rebeca Andrade começou na ginástica aos 4 anos de idade e contou com ajuda da família para continuar no esporte

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Apesar da medalha de ouro cintilar como nunca no pescoço de Rebeca Andrade nesta segunda-feira (5/8), a recordista olímpica brasileira não passou por um caminho tão dourado assim para chegar ao posto de maior medalhista olímpica da história do Brasil. Rebeca é uma ginasta nascida de projeto social, das caminhadas de mais de 2h até os treinos e fruto dos esforços da mãe, doméstica, para manter a filha no esporte.

Nascida em São Paulo, Andrade começou a ginástica no projeto social Iniciação Esportiva, da Prefeitura de Guarulhos (SP), aos 4 anos. Doméstica e com mais sete filhos para criar, a mãe de Rebeca, Rosa Santos, dava o seu jeitinho para que a filha pudesse ir de transporte público até os treinos, mas como nem sempre sobrava, a pequena Rebeca enfrentava o trajeto com um pouco mais de 2h de caminhada.

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Rebeca Andrade na final do individual geral dos Jogos Olímpicos de Paris 2024

Crédito: Reprodução/ Luiza Moraes/COB

Rebeca Andrade na final do individual geral dos Jogos Olímpicos de Paris 2024

Crédito: Reprodução/ Luiza Moraes/COB

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O irmão mais velho de Rebeca era o encarregado de levá-la de casa aos treinos e as caminhadas de 2h foram superadas após eles conseguirem uma bicicleta. Rebeca já citou em diversas entrevistas que deve a sua trajetória no esporte à dedicação e apoio de sua família.

Em 2005, Rebeca encontrou a ginástica graças a sua tia, funcionária da prefeitura. Ela a levou para o ginásio em um certo dia de trabalho que, por acaso, era apenas uma substituição provisória devido à licença de outro funcionário. Com o interesse da sobrinha pela ginástica, a tia a inscreveu no processo seletivo da fase iniciante.

“Na hora a gente viu que era uma ginasta promissora. Ela não tinha medo de fazer nada. Quando a gente virava as costas, a Rebeca estava pendurada em algum aparelho. Ela era bem “espoletinha”, mas na hora de competir ela focava. Parecia um adulto competindo”, afirma Mônica Barroso dos Anjos, professora da equipe e árbitra internacional, ao O Globo.

Com rapidez, Rebeca foi se tornando uma ginasta de alto rendimento e começou a competir em torneios nacionais e internacionais, chegando a receber o apelido de “Daianinha de Guarulhos”, em referência a Daiane dos Santos. Em 2011, aos 12 anos de idade, se mudou para o Rio de Janeiro para ser ginasta olímpica do Flamengo, onde o Brasil a conheceu de fato. Pelo rubro-negro, Rebeca venceu a Nadia Comaneci Invitational e se tornar campeã brasileira com apenas 13 anos.

Em meio a sua ascendência, Rebeca precisou passar por diversas pausas entre os seus 16 e 20 anos, período em que passou por três cirurgias no joelho. A primeira, em 2015, a tirou dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá. A seguinte, em 2017, acometeu sua participação no Mundial de 2017, enquanto a terceira, já em 2020, pareceu o fim.

Porém, foi em 2020 que Rebeca se revelou ainda mais para o mundo e superando de forma emocionante a sua terceira cirurgia: Nas Olimpíadas de Tóquio, a ginasta conquistou ouro no salto e prata nas barras assimétricas.

Nesta segunda-feira (5/8), Rebeca entrou para a história com a sua 6ª medalha que a colocou como a maior medalhista olímpica do Brasil. No pódio e reverenciada pela ginasta premiada Simone Biles, Andrade se tornou um símbolo de representatividade, força e da importância do esporte brasileiro para o mundo.

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