A seleção feminina de futebol do Canadá ficará sem sua treinadora principal na tentativa de ganhar medalhas de ouro olímpicas consecutivas, após ela ter sido suspensa em meio a alegações de espionagem por drones nos primeiros dias dos Jogos de Paris.
O Comitê Olímpico Canadense disse na quinta-feira que a treinadora principal Bev Priestman foi suspensa e que o assistente técnico Andy Spence lideraria a equipe que defendeu a medalha de ouro durante toda a competição.
Priestman permanecerá suspenso até que o comitê conclua uma revisão externa independente do incidente em que um drone foi supostamente usado para espionar um treino de uma equipe da Nova Zelândia, disse o grupo.
Na segunda-feira, a equipe feminina da Nova Zelândia relatou à polícia que as integrantes viram um drone voando sobre o treino delas em Saint-Étienne.
O alegado operador de drone, membro da equipe de apoio da seleção canadense de futebol feminino, estava detido pelas autoridades francesas na quarta-feira.
Na época, o Comitê Olímpico do Canadá disse estar “chocado e decepcionado” e pediu desculpas à New Zealand Football e ao Comitê Olímpico da Nova Zelândia (NZOC).
Mais tarde na quarta-feira, a organização canadense disse soube de outro “incidente de drone” no treino de sexta-feira da equipe da Nova Zelândia e anunciou que estava mandando para casa Joseph Lombardi, um analista não credenciado da Canada Soccer, e a assistente técnica Jasmine Mander. O grupo também disse que a Canada Soccer “passaria por treinamento obrigatório de ética”.
A entidade acrescentou que aceitou a decisão de Priestman de ficar de fora da partida de quinta-feira entre Canadá e Nova Zelândia.
Priestman, na época, pediu desculpas ao time feminino de futebol da Nova Zelândia.
“Isso não representa os valores que nossa equipe defende”, disse Priestman em uma declaração. “Eu sou o responsável final pela conduta em nosso programa.”
Ela disse que estava se retirando da partida de quinta-feira “para enfatizar o comprometimento da nossa equipe com a integridade”.
O Canadá venceu a Nova Zelândia por 2 a 1 naquela partida do Grupo A.
Na manhã de sexta-feira, o Comitê Olímpico Canadense anunciou sua decisão de afastar Priestman pelo restante dos Jogos e disse que ela havia sido suspensa pela Canada Soccer.
O grupo disse que tomou sua decisão após tomar conhecimento de “informações adicionais” sobre “uso anterior de drones contra adversários, anterior aos Jogos Olímpicos de Paris 2024”, disse Kevin Blue, CEO e secretário-geral da Canada Soccer, em um comunicado.
Priestman assinou em janeiro para treinar o Canadá até a Copa do Mundo Feminina de 2027. Ela foi trazida para o time pela primeira vez em novembro de 2020 e levou seu time ao ouro em Tóquio.
