Uma notícia surpreendente atingiu o futebol de seleções na manhã desta terça-feira (16). Após o segundo vice consecutivo da Eurocopa, Gareth Southgate anunciou que não comanda mais a Inglaterra.
“É hora de mudar e de um novo capítulo. A final de domingo (14) em Berlim contra a Espanha foi meu último jogo como técnico da Inglaterra”, escreveu o treinador em um texto no site oficial da Seleção Inglesa.
“Temos os melhores fãs do mundo, e o apoio deles significou o mundo para mim. Sou um fã da Inglaterra e sempre serei. Estou ansioso para assistir e comemorar enquanto os jogadores criam memórias mais especiais e se conectam e inspiram a nação como sabemos que podem”, assegurou.
Southgate deixa o comando dos leões após 102 partidas desde 2016 e campanhas memoráveis. Na Copa do Mundo, foi quarto colocado em 2018, perdendo a semifinal para a Croácia e a disputa pelo terceiro lugar para a Bélgica, e parou nas quartas de final em 2022, caindo para a França.
Além disso, foi duas vezes vice-campeão europeu. Em 2021, perdeu a decisão para a Itália por 3 a 2 nos pênaltis após empate por 1 a 1. No último domingo (14), os ingleses foram derrotados por 2 a 1 pela Espanha.
Ainda disputou três vezes a Liga das Nações da UEFA. Foi terceiro colocado na edição igual da competição europeia, em 2018/19, eliminado na primeira fase em 2020/21 e rebaixado em 2022/23.
O CEO da FA (Federação Inglesa de Futebol), Mark Bullingham, já se manifestou oficialmente em nota publicada no site oficial da entidade. Ele agradeceu pelo trabalho de Southgate, afirmou que está buscando encontrar um substituto e garantiu que já tem um interino, caso necessário, mas não revelou o nome.
“Estamos muito orgulhosos e seremos eternamente gratos. O processo para nomear o sucessor de Gareth está em andamento e pretendemos ter um novo nome confirmado o mais rápido possível. Nossa campanha na Liga das Nações da UEFA começa em setembro, e temos uma solução provisória em vigor, se necessário”, declarou.
Confira o texto de Gareth Southgate
Como um inglês orgulhoso, foi a honra da minha vida jogar pela Inglaterra e treinar a Inglaterra. Significou tudo para mim, e eu dei tudo de mim. Mas é hora de mudar e de um novo capítulo. A final de domingo em Berlim contra a Espanha foi meu último jogo como técnico da Inglaterra.
Entrei para a FA em 2011, determinado a melhorar o futebol inglês. Nesse período, incluindo oito anos como técnico masculino da Inglaterra, fui apoiado por algumas pessoas brilhantes que têm meus sinceros agradecimentos. Eu não poderia ter tido ninguém melhor ao meu lado do que Steve Holland (integrante da comissão técnica).
Ele é um dos treinadores mais talentosos de sua geração e tem sido imenso. Tive o privilégio de liderar um grande grupo de jogadores em 102 jogos. Cada um deles tem orgulho de usar os três leões em suas camisas, e eles têm sido um crédito para seu país de muitas maneiras.
O time que levamos para a Alemanha é cheio de jovens talentos empolgantes e eles podem ganhar o troféu com que todos sonhamos. Estou muito orgulhoso deles, e espero que apoiemos os jogadores e o time do St. George’s Park e a FA, que se esforçam todos os dias para melhorar o futebol inglês, e entendam o poder que o futebol tem de impulsionar mudanças positivas.
Meus agradecimentos especiais vão para a equipe de bastidores que forneceu aos jogadores e a mim um apoio incansável nos últimos oito anos. Seu trabalho duro e comprometimento me inspiraram todos os dias, e sou muito grato a eles – o brilhante “time por trás do time”.
Temos os melhores fãs do mundo, e o apoio deles significou o mundo para mim. Sou um fã da Inglaterra e sempre serei. Estou ansioso para assistir e comemorar enquanto os jogadores criam memórias mais especiais e se conectam e inspiram a nação como sabemos que podem. Obrigado, Inglaterra – por tudo.
Confira o texto de Mark Bullingham, CEO da FA
Em nome do futebol inglês, gostaria de prestar homenagem a Gareth Southgate e Steve Holland (integrante da comissão técnica) por tudo o que conquistaram. Nos últimos oito anos, eles transformaram o time masculino da Inglaterra, proporcionando memórias inesquecíveis para todos que amam os Three Lions.
Olhamos para trás, para o comando de Gareth, com enorme orgulho – sua contribuição para o jogo inglês, incluindo um papel significativo no desenvolvimento de jogadores e na transformação da cultura, foi única. No entanto, é seu histórico de vitórias em jogos de torneios que é mais extraordinário.
Nos 25 torneios pós-1966, antes de Gareth assumir o comando, vencemos sete jogos eliminatórios. Em seus quatro torneios, vencemos nove. Então, em seus oito anos, ele venceu mais jogos que realmente importam do que nos 50 anos anteriores.
E, claro, tivemos desempenhos fortes em torneios durante todo o mandato deles. Chegamos muito perto de vencer a Euro em Londres e garantir o primeiro troféu para nossa equipe masculina em mais de 50 anos – e chegamos muito perto novamente em Berlim no domingo (14).
Antes de Gareth, nosso maior tempo classificado entre os cinco primeiros do mundo foi de sete meses. Em sua gestão, estivemos classificados lá por seis anos. Gareth tornou o trabalho impossível possível e estabeleceu bases sólidas para o sucesso futuro.
Ele é tido em alta consideração pelos jogadores, pela equipe de bastidores, por todos na FA e em todo o mundo do futebol. Estamos muito orgulhosos de tudo o que Gareth e Steve conquistaram pela Inglaterra e seremos eternamente gratos a eles. O processo para nomear o sucessor de Gareth está em andamento e pretendemos ter um novo nome confirmado o mais rápido possível.
Nossa campanha na Liga das Nações da UEFA começa em setembro, e temos uma solução provisória em vigor, se necessário. Sabemos que haverá especulações inevitáveis, mas não comentaremos mais sobre nosso processo até que seja feita a nomeação.
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