Um bebê de 10 meses é o primeiro caso registrado de pólio na cidade de Deir al-Balah, em Gaza, disse o Ministério da Saúde palestino na sexta-feira. A criança, que tinha sintomas da doença altamente infecciosa, não havia recebido nenhuma dose da vacina contra pólio.
Testes conduzidos em Amã, capital da Jordânia, confirmaram a infecção no bebê. No mês passado, testes encontraram o poliovírus em amostras de águas residuais em Gaza.
O ministério palestino disse em um comunicado que implementará uma campanha de vacinação nos próximos dias visando crianças menores de 10 anos.
O Organização Mundial da Saúde e UNICEF pediu pausas de sete dias na guerra em Gaza, a partir do final de agosto, para vacinar 640.000 crianças palestinas contra a poliomielite, após a descoberta do vírus em águas residuais de duas grandes cidades no mês passado.
A OMS disse na sexta-feira que a campanha de vacinação terá duas rodadas, com a segunda em setembro. Em cada uma delas, crianças menores de 10 anos receberão duas gotas da vacina oral contra o tipo 2 do vírus da poliomielite, disse em um comunicado.
A OMS disse que uma variante do tipo 2 foi descoberta em meados de julho em amostras de águas residuais do sul de Khan Younis e do centro de Deir al-Balah, e associada a uma variante do vírus da poliomielite detectada pela última vez no Egito em 2023.
Em uma grande preocupação, a OMS disse que três crianças em Gaza já foram encontradas com “paralisia flácida aguda” — o início de fraqueza ou paralisia com tônus muscular reduzido, que é um sintoma comum da pólio. “Suas amostras de fezes foram enviadas para teste no Laboratório Nacional de Pólio da Jordânia”, disse a agência da ONU sediada em Genebra.
A OMS disse que mais de 1,6 milhão de doses da vacina contra a poliomielite e equipamentos para manter as vacinas resfriadas devem passar pelo Aeroporto Ben Gurion, em Israel, antes de chegar à Faixa de Gaza até o final de agosto, a tempo do início da campanha de vacinação.
Durante cada rodada da campanha, a OMS disse que pelo menos 95% das crianças precisam ser vacinadas para prevenir a propagação da poliomielite e reduzir o risco de seu ressurgimento.
“A Faixa de Gaza está livre da poliomielite há 25 anos”, disse a OMS, mas a comunidade humanitária alertou sobre o ressurgimento da poliomielite desde a invasão do sul de Israel pelo Hamas em 7 de outubro.
“Um cessar-fogo é a única maneira de garantir a segurança da saúde pública na Faixa de Gaza e na região”, disse a OMS.