Em um espaço intimista, perto da badalada Avenida Paulista, localizada no coração de São Paulo, o bar Kakurega Izakaya é responsável por trazer para o Brasil um pedacinho da cultura japonesa e conquistar os corações e paladares de muitas pessoas.
Izakaya é um tipo de estabelecimento japonês semelhante a um bar ou taverna, onde as pessoas se reúnem para beber e comer em um ambiente casual. Esses espaços são conhecidos por ter uma atmosfera descontraída e acolhedora, com um menu de pratos variados e bebidas que vão além do saquê, cerveja e shochu.
Para além da gastronomia, a proposta do local é ter um ambiente que proporcione aos clientes a vivência do estilo oriental. Tudo isso é dentro do Edifício Barão de Ouro Branco, no térreo, em uma galeria pequena e simples.
O visual intimista e aconchegante chama a atenção de quem vai. Seja para uma refeição descontraída após o expediente ou uma noite animada com os amigos, o Kakurega tem algo a oferecer para todos os que buscam uma experiência gastronômica autêntica e memorável.
Por isso, a Rede Food Service entrevistou o chef responsável pelo badalado bar. E a gente te convida para conhecer essa história!
Ó Chef Júlio
Julio Shimizu, sobrinho de um dos mais tradicionais sushimans do Brasil, o Mitsuaki Shimizucomeçou a trabalhar em restaurantes desde os 14 anos de idade, em 1982. A primeira experiência foi no estabelecimento do próprio tio, o que representou o ponto de partida para ele na carreira gastronômica. Hoje, o chef Julio é o responsável pelo Kakurega Izakayamas, ele conta que teve uma longa trajetória até abrir o empreendimento.
“Passei por várias outras casas, abri meus próprios restaurantes, como o Tendia Sushima Mikas, entre outros. Fui chef no Hotel Renaissance, depois passei uma temporada na Europa, abri algumas casas em Lisboa, fui para Londres e assim foi. A trajetória de um velho é longa e tediosa”brinca, na Rede Food Service.
Na carreira, o chef Julio já fez de tudo um pouco. Além de restaurantes mais nichados, ele já chegou a empreender em outros ramos, como o de hamburguerias, cafés e casas de eventos. Mas foi a comida oriental que o fisgou pelas mãos. Julio, inclusive, é o responsável por desenvolver o cardápio e a estratégia de venda dos produtos no Kakurega Izakaya.
Além do Kakurega Izakaya, o chef Julio é sócio de mais dois restaurantes em São Paulo, o Washoi e o restaurante Sushiguen, ambos na Zona Sul da capital. Nos planos dele, está a ideia de em breve abrir mais uma casa no Bairro do Jardins.
A dedicação para sempre entregar o melhor para os clientes é a característica que o acompanha desde o início da carreira. “Procuro produtos de qualidade e, sempre que possível, produtos sazonais para preencher nosso cardápio”destaca.
Um ambiente intimista
A história que envolve o ambiente intimista característico do Kakurega é curiosa, já que o local foi adquirido inicialmente para a expansão de um outro restaurante.
“Com a demora para concluir a aquisição do local, a obra seguiu sem conseguir anexar o imóvel. Como eu já havia ido várias vezes ao Japão em bares tipo Izakaya, locais com uma atmosfera gostosa e livre, me interessou. A oportunidade veio quando estava sentado pensando no que faria no local. ‘Por que não fazer um Izakaya?’ Tamanho ideal, local com uma energia super positiva e uma paixão pessoal, daí nasceu o Kakurega”explica o chef Julio Shimizu.
O tão falado visual aconchegante do restaurante fica claro na distribuição dos clientes. O local tem um longo balcão de madeira e apenas 12 bancos. A equipe é enxuta, com cinco pessoas. “Kakurega” significa casa escondida/esconderijo, e o significado do nome mostra a exata impressão que se tem desde a chegada até a entrada no estabelecimento.
O horário padrão de funcionamento é dividido em duas partes. No almoço, das 11h30 às 14h30, e à noite, das 18h às 22h30, sempre de segunda à sábado. Na sexta e no sábado, o Kakurega fecha um pouco mais tarde, às 23h30. O restaurante não aceita reservas, os clientes são atendidos por ordem de chegada na casa.
O cardápio diversificado
O menu do Kakurega Izakaya foi todo elaborado pelo chef Julio Shimizu. Os pratos, naturalmente, são típicos da culinária japonesa. Porém, algumas opções são adaptadas e comercializadas no restaurante.
“Um dos pratos que tem a maior saída é o nosso carro-chefe, Takoyaki, mas esse foi adaptado na casa, com preparo diferenciado que só tem no Kakurega. Entre outros pratos, temos o Karaage, frango frito estilo japonês, e a Gyutan, língua bovina grelhada no carvão. Recebemos também sempre ostras frescas de Santa Catarina”Explicar.
No cardápio, mais de 30 opções de comidas estão disponíveis para a clientela. Na hora do almoço, você também pode escolher entre um dos pratos executivos, como o Unadon (arroz japonês coberto com enguia grelhada regada ao molho agridoce), Sanma grelhado (peixe sanma grelhado com sal no carvão, acompanhado de arroz, missoshiru e salada do dia) ou o Mapo tofu (arroz japonês coberto com pedaços de tofu cozido com carne bovina picada e molho levemente picante com pimenta sichuan).
O menu conta ainda com sorvetes artesanais produzidos no próprio restaurante. Os sorvetes da casa têm sabor gengibre, gergelim preto, yuzu com wasabi (limão cítrico japonês com um toque de raiz forte), matcha (chá verde japonês), sabor shoyu kikkoman e de saquê. “Temos muita saída de sorvetes, principalmente de yuzu com wasabi, shoyu e saquê. São sabores bem diferentes e não muito doces”fiador ou chef Júlio.
A parte de drinks é responsabilidade do Sr. Yasumiti Nakahara, mixologista que desenvolveu algumas bebidas autorais exclusivamente para a casa. Os drinks mais vendidos são o Tokyo Collins e o Negroni Releitura.
De acordo com o chef Julio, “a releitura do Negroni foi elaborada analisando a possibilidade de dar mais frescor e menos amargor”. Além dos drinks, a gama de opções de bebidas é ampla e conta até com a cerveja artesanal da família. “Temos Kölsch, Golden Ale, IPA e Strong Ale”.
O Futuro do Kakurega
Se você for no Kakurega Izakaya, o chef Julio tem uma dica. “Se o cliente estiver a fim de um drink, sugerimos um Tokyo Collins, pois é uma bebida de sabor suave, porém diferenciado. E para comer, sempre o Takoyaki do Kakurega e um Katsusando (sanduíche suíno empanado estilo japonês)”diz.
O local também é apropriado para fotos, pelo espaço peculiar. Para 2024, existe a ideia de uma expansão ou até a mudança para uma casa maior. Mas no momento, ainda não há nenhum projeto concreto. O espaço intimista e acolhedor seguirá, ao menos por enquanto, numa galeria discreta do Edifício Barão de Ouro Branco.
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