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Jovem com a “pior dor do mundo“ revela que já foi vítima de assédios e tentativa de estupro

Plantão Policial

A estudante de medicina veterinária Carolina Arruda, 27 anos, diagnosticada com neuralgia do trigêmeo, relatou em suas redes sociais que já foi vítima de assédios sexuais, tentativas de estupro e agressões ao longo da vida.

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A doença que ela tem é considerada como “a pior dor do mundo”, motivo pelo qual ela já manifestou desejo de passar por uma eutanásia. A doença crônica afeta 4 a cada 100 mil pessoas no mundo, segundo pesquisas médicas.

Nos vídeos, Carolina relata que foi abusada dos 6 aos 12 anos dentro da própria casa, por um parente próximo. “Ele me batia e me enforcava. Me ameaçou de morte várias vezes se eu contasse para alguém da minha família. Ele ameaçou matar minha mãe e a minha avó”, disse.

O agressor, segundo ela, costumava frequentar sua casa em época de férias. Ela disse que, quando os abusos começaram, achou que as roupas curtas teriam incentivado a atitude do parente e, por isso, se sentia culpada.

“Eu nunca pensei em gritar. Quando a gente está nesses momentos não sabe o que fazer, então fui me isolando”, prosseguiu.

Aos 13 anos, Carolina iniciou um namoro e novamente foi abusada, desta vez com agressões físicas e psicológicas, tendo o próprio companheiro como agressor. O relacionamento durou quatro anos.

Três anos depois, ela engravidou do rapaz. Ao saber da gravidez, ele teria exigido que ela abortasse a criança, o que se recusou a fazê-lo. Carolina deu à luz aos 17, quando foi abandonada pelo namorado que, segundo ela, engravidou outra mulher na mesma época.

Tentativa de estupro

Em outro caso de abuso sexual, a mineira diz que morava em um condomínio com outros estudantes de medicina veterinária quando foi abordada por um homem casado na área externa da residência, enquanto retirava o lixo.

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Na ocasião, ao saber que ela era estudante de medicina veterinária, o vizinho a teria chamado e pedido para que o ajudasse a medicar seu cachorro dentro de casa. A jovem foi à casa para ver a condição do animal.

Quando já estava indo embora, o homem teria puxado a estudante e a prendido pelos braços. Em seguida, diz, começou a retirar as roupas dela. Cerca de um mês antes, Carolina teria realizado uma cirurgia que a deixou sem voz por vários meses. Por conta de seu estado, não conseguiu gritar ou solicitar ajuda.

Minutos depois, ela conseguiu escapar do homem e fugir. Mais tarde, descobriu que o mesmo sujeito já teria feito outras três vítimas dentro do condomínio.

Desejo pela eutanásia

Entre 2022 e 2023, Carolina começou a pensar no processo de eutanásia. Segundo ela, o fato de não ter mais controle sobre a própria a vida a incentivou a desejar pelo método. “Eu virei refém da doença e da dor”, lamentou.

Há mais de dez anos sofrendo com as fortes dores devido a sua condição, Carolina já teria passado por quatro cirurgias, cada uma com a esperança de um alívio que nunca veio, mesmo com tratamentos farmacológicos, desde medicamentos convencionais até opções experimentais.

Para ela, recorrer à eutanásia é um ato de “misericórdia”. “Eu quero um descanso em meio a todo esse sofrimento, um fim digno para este sofrimento”, diz.

Casada e com uma filha de 10 anos, Carol tenta arrecadar dinheiro com uma vaquinha virtual que a permita viajar até a Suíça e passar pelo suicídio assistido. A meta de arrecadação é R$ 150 mil, dos quais R$ 24 mil já foram doados.

* Sob supervisão



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