A vice-presidente Kamala Harris é oficialmente a única candidata buscando a indicação presidencial democrata, após um prazo importante ter expirado na terça-feira à noite, sem que ninguém mais se qualificasse.
De acordo com o Comitê Nacional Democrata, 99% dos delegados assinaram a petição de nomeação de Harris.
Sem competição interna, os democratas evitarão a disputa complicada que alguns líderes do partido temiam quando o presidente Joe Biden desistiu da disputa há menos de duas semanas.
“Nosso partido enfrentou esse momento sem precedentes com um processo transparente, democrático e organizado para se unir em torno de um indicado com histórico comprovado que nos liderará na luta que temos pela frente”, disse o presidente do DNC, Jaime Harrison, em um comunicado na terça-feira à noite.
Os delegados da Convenção Nacional Democrata do mês que vem em Chicago começarão a votar virtualmente para formalizar a nomeação de Harris na quinta-feira de manhã, mantendo o plano existente do partido de finalizar seu indicado antes do prazo final de acesso às cédulas de 7 de agosto em Ohio. A campanha de Harris indicou que ela selecionará seu companheiro de chapa para vice-presidente antes disso também.
Os democratas correram para reescrever suas regras de nomeação depois que Biden desistiu de sua tentativa de reeleição há nove dias, criando um processo de nomeação rápido que estava aberto a qualquer pessoa, mas foi visto quase imediatamente como favorável a Harris.
Qualquer candidato que quisesse concorrer à nomeação tinha até às 18h (horário do leste dos EUA) de terça-feira para garantir o apoio de pelo menos 300 delegados para se qualificar; Harris foi a única candidata que conseguiu, de acordo com o Comitê Nacional Democrata.
Com praticamente todo o partido unido em torno de Harris, os únicos candidatos que declararam suas intenções de desafiá-la foram um punhado de figuras desconhecidas, sem bases de apoio ou financiamento conhecidos.
Marianne Williamson, a autora de autoajuda que comandou uma campanha presidencial democrata de longo prazo em 2020, disse que estava planejando concorrer à nomeação na convenção de Chicago, mas, no final das contas, optou por não lançar seu nome no ringue. Ela suspendeu novamente sua campanha na noite de segunda-feira.
“Fizemos todo o possível para concorrer a uma primária relâmpago, uma convenção aberta e assim por diante. No entanto, a maneira como as regras foram feitas lá realmente não tinha jeito, o ímpeto de Kamala estava a todo vapor, e tudo o que poderíamos ter feito era criar barulho”, escreveu Williamson aos apoiadores. “Eu estava na corrida para criar uma mudança fundamental, sim — mas não como um agente do caos ou um lançador de bombas metafórico.”
Os delegados da convenção começarão uma votação nominal virtual pré-convenção incomum para ratificar Harris como sua principal candidata. A votação começará na quinta-feira e continuará por vários dias, de acordo com os planos do partido, com uma chamada nominal presencial cerimonial planejada para a convenção também.
Embora os democratas tenham retirado grande parte do poder dos chamados superdelegados há alguns anos, eles poderão votar virtualmente em Harris, disse o DNC, já que Harris demonstrou que já garantiu um apoio majoritário esmagador, o que significa que não há chance dos superdelegados mudarem o resultado.
Os democratas estavam planejando nomear Biden virtualmente desde maio, quando perceberam que teriam um problema em Ohio. O estado inicialmente definiu seu prazo para que todos os partidos enviassem os nomes de seus candidatos antes da Convenção Nacional Democrata, e demorou a resolver o assunto.
Enquanto as autoridades eleitorais de Ohio argumentaram que os democratas não precisam tomar medidas drásticas como uma chamada virtual pré-convenção, grupos conservadores já sinalizaram sua intenção de processar se os democratas perderem o prazo de 7 de agosto do estado. Os democratas dizem que o partido não pode arriscar um litígio que poderia resultar na perda de seu lugar na cédula de Ohio neste outono.