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Dentes, lábios, seios: por que a Albânia está vivendo o auge do turismo estético

Dentes, lábios, seios: por que a Albânia está vivendo o auge do turismo estético

País europeu recebe milhões de turistas anualmente, muitos em busca de procedimentos mais baratos, que chegam a custar menos de um terço do valor cobrado em outros países europeus. Paciente na clínica em Tirana, capital da Albânia, em 18 de setembro de 2024
Adnan Beci/AFP
A Albânia já foi um dos países mais fechados do mundo, mas atualmente recebe milhões de turistas, muitos em busca de um sorriso mais radiante, lábios mais carnudos ou seios mais volumosos.
“Não gosto de falar de turismo médico. É um pouco duro, assusta… Prefiro falar de turismo da felicidade, que deixa as pessoas felizes”, afirma Dritan Gremi, diretor de uma clínica odontológica em Tirana, a capital do país dos Bálcãs.
Seu centro “oferece cuidados de alta qualidade com material garantido e certificado” com padrões europeus, explica.
Italianos, franceses, belgas, suíços… Clientes de múltiplas nacionalidades procuram a clínica Gremi, que oferece tratamentos estéticos e dentários.
Segundo as autoridades de saúde, a Albânia oferece procedimentos odontológicos a preços competitivos sem comprometer a qualidade do tratamento.
Stéphane Pealat, um francês da pequena cidade de Valence, e seu irmão tinham vários problemas dentários: abcessos, perda de dentes…
Na França, o tratamento custaria 50.000 euros (313.000 reais), diz Stéphane. “O mesmo procedimento (enxerto, dentes…), aqui (na Albânia), tenho por 13.500 euros (84.075 reais)”, afirma.
Nathalie Gangloff durante atendimento em clínica de Tirana, na Albânia, em foto de 18 de setembro de 2024
Adnan Beci/AFP
Nathalie Gangloff, animadora em um lar de idosos em Cognac, no sudoeste de França, também optou por tratar seus dentes na Albânia.
Depois de uma primeira intervenção em fevereiro para extração e colocação de implantes, retornou a Tirana em setembro “feliz” por ter recuperado o sorriso.
“Como animadora é importante estar bem penteada e ter dentes bonitos”, diz Nathalie, sem esconder a alegria.
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“Beleza em todas as idades”
Os baixos custos de gestão e dos impostos, que não ultrapassam os 15%, permitem que as clínicas albanesas sejam muito competitivas e ganhem um lugar no mapa do turismo médico.
O volume de negócios do setor é estimado entre 200 e 250 milhões de euros anuais (R$ 1,25 a R$ 1,59 bilhão).
Anna Maria, uma italiana de Milão, aproveita as férias na Albânia para colocar facetas dentárias e fazer uma cirurgia labial.
“O sorriso da alma também passa pelos lábios”, diz essa psicóloga de trinta e poucos anos.
“Depois dos cuidados dentários, há cada vez mais turistas estrangeiros que recorrem também a procedimentos estéticos para clarear o sorriso”, explica à AFP Monika Fida, dermatologista e professora universitária em Tirana.
Paciente de tratamento odontológico durante atendimento em clínica em Tirana, capital da Albânia, em foto de 18 de setembro de 2024
Adnan Beci/AFP
As injeções de ácido hialurônico também são muito populares, com certificados aprovados pela UE.
“Acima de tudo, eles querem se sentir bem, o mais natural possível e ter lábios bem definidos”, diz Fida, que recebe anualmente em sua clínica entre 750 e 1.000 pacientes estrangeiros.
Não há muitos dados oficiais disponíveis, mas uma das poucas estatísticas existentes indica que todos os anos 50 mil italianos viajam a Tirana por motivos médicos.
Uma delas é Vera Panaitov, chef de cozinha em Verona, no norte da Itália, que precisa tratar os dentes.
Mas, uma vez na clínica, também decidiu fazer uma cirurgia nos seios e reduzir a cintura.
“É preciso ser bonita em todas as idades e viver o amor e a felicidade em todos os momentos”, afirma a senhora de 60 anos, sorridente, de seu leito de hospital, de onde sairá em alguns dias “feliz e rejuvenescida”.
Christine Cincunegui, uma empresária francesa, poderá em breve encontrar-se na mesma situação.
Ela acaba de visitar alguns médicos albaneses em Paris que viajaram à capital francesa para promover suas clínicas.
“Ficar mais bonita e me divertir? É o que mais quero!”
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