Um escândalo tem movimentado o atletismo na Olimpíada de Paris, nesta quinta-feira (8). O velocista norte-americana Noah Lyles correu a final dos 200m rasos masculina mesmo tendo sido diagnosticado com Covid-19 dois dias antes.
Lyles, que era favorito ao ouro, acabou ficando com a medalha de bronze — Letsile Tebogo, de Botswana, ganhou o ouro — e deixou a pista com a ajuda da cadeira de rodas. Ele tem histórico de asma.
Em entrevista à CNN após a prova, Lyles revelou como conseguiu esconder sua infecção pelo coronavírus para conseguir correr a final. Ele disse que poucas pessoas sabiam do caso.
“Estávamos tentando manter isso em segredo. As pessoas que sabiam era da equipe médica, meu técnico, minha mãe”, afirmou.
Não queríamos que todos entrassem em pânico, queríamos que eles pudessem competir. Queríamos tornar isso o mais livre possível. Eu sou competitivo. Por que você daria a eles uma vantagem sobre você?
Noah Lyles, velocista dois Estados Unidos
“Me senti péssimo”
Noah Lyles descobriu que estava doente na última terça-feira (6), após acordar “se sentindo péssimo”.
“Eu sabia que era mais do que apenas estar dolorido por causa da corrida de 100 metros”, contou após a prova. No domingo (4), ele ganhou a medalha de ouro da prova mais nobre do atletismo em final histórica.
Ele afirma que entrou em quarentena e focou em se hidratar e descansar, mas nunca considerou não correr a final dos 200m rasos, nesta quinta.
A dúvida agora é se Lyles seguirá disputando os Jogos Olímpicos de Paris. Ele ainda teria o revezamento 4×100 masculino.
“No momento, não sei (se vou disputar)”, disse ele. “Estou sentindo que devo deixar o Time EUA decidir. Eles já provaram que podem lidar com isso sem mim”.
Comitê dos EUA fala sobre o caso de Covid
Kate Hartman, diretora de relações externas do Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA, disse em um comunicado que a equipe apoiou a decisão de Lyles de correr mesmo infectado pelo vírus que causou uma pandemia mundial.
Após o teste positivo, disse Hartman, o Comitê e a confederação de atletismo “rapidamente adotaram todos os protocolos necessários para priorizar a saúde de Lyles, o bem-estar da nossa equipe e a segurança dos outros competidores”.
Lyles usou uma máscara antes da corrida e afirmou que fez quarentena, mas outros detalhes das medidas tomadas não foram divulgados.
“Nosso principal compromisso é garantir a segurança dos atletas do Time EUA ao mesmo tempo em que defendemos o direito de competir. Após uma avaliação médica completa, Noah escolheu competir esta noite. Respeitamos sua decisão e continuaremos monitorando sua condição de perto”, concluiu o comunicado.
Outros casos de Covid-19 em Paris
Noah Lyles não foi único atleta diagnosticado com o coronavírus nos Jogos Olímpicos de Paris.
Cinco jogadores do time feminino de polo aquático e o nadador Adam Peaty, da Grã-Bretanha, testaram positivo na última semana.
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