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Cômite Argelino nega que lutadora seja trans e acusa veículos de “difamação”

Reprodução

A lutadora não aguentou a força do soco da adversária, a transexual argelina Imane Khelif

Nesta quinta-feira (1°/08), a disputa entre a lutadora italiana Angela Carini e a argelina Imane Khelif, mulher que falhou em testes de gênero no ano passado durante o mundial de boxe, terminou com apenas 46 segundos. No entanto, um dia antes da luta, o Comitê Olímpico da Argélia (COA) negou que a lutadora seja trans e acusou veículos estrangeiros de “difamação” e ataques infudados.

“O COA condena veementemente a difamação e a perseguição antiéticas à nossa estimada atleta, Imane Khelif, com propaganda infundada de certos meios de comunicação estrangeiros”, afirmou a entidade a BBC.

A entidade, no entanto, não justificou a falha no teste de gênero feito no ano passado. O Cômite Olímpico Internacional (COI) garantiu que todos os atletas que participam dos jogos estão dentro das regras e normas pré-estabelecidos.

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Lutadora italiana desiste de luta com transReprodução


A italiana abriu mão da luta no boxe feminino, alegando dores intensas no nariz, após receber dois socos de Khelif.

Aos 30 segundos de luta, a italiana se aproxima de seu treinador para ajustar o capacete, mas logo depois decidiu interromper a competição. Com a desistência, Khelif se tornou a vencedora e Carini, em lágrimas, caiu de joelhos. Antes de deixar o ringue, a lutadora italiana atirou seu capacete no chão e desabafou: “Isso é injusto”.

Após a partida, Angela afirmou à imprensa que nunca havia levado um soco tão forte. “Estou acostumada a sofrer. Nunca levei um soco assim, é impossível continuar. Não sou ninguém para dizer que é ilegal. Entrei no ringue para lutar. Mas não senti mais vontade depois do primeiro minuto. Comecei a sentir uma dor forte no nariz. Não desisti, mas um soco doeu demais, e então falei ‘chega’. Vou embora de cabeça erguida”, declarou a lutadora.

Apesar da atitude, ela ressalta que não é contra a decisão de permitir que Khelif dispute na categoria feminina, mas que sua experiência precisa ser considerada: “Eu não perdi hoje, apenas fiz meu trabalho como lutadora. Entrei no ringue, lutei e não consegui. Saio de cabeça erguida e com o coração partido. Sou uma mulher madura. O ringue é a minha vida. Sempre fui muito instintiva. Quando sinto que algo não está certo, não é desistir, é ter a maturidade de parar”, finalizou a boxeadora.

A vitória de transexual argelina Imane Khelif foi marcada por uma desclassificação anterior, com uma boxeadora igualmente trans, no mundial do ano passado, devido a níveis elevados de testosterona. Ambas foram autorizadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a competir nos Jogos de Paris.

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