BERLIM — Promotores alemães emitiram um primeiro mandado de prisão em sua investigação sobre as explosões submarinas em 2022 que danificaram os gasodutos Nord Stream entre a Rússia e a Alemanha, de acordo com uma reportagem da mídia na quarta-feira. Autoridades alemãs se recusaram a comentar.
A emissora pública alemã ARD, o diário Sueddeutsche Zeitung e o semanário Die Zeit disseram em um relatório conjunto que promotores federais obtiveram um mandado de prisão em junho contra um homem ucraniano que se acredita ter residido até recentemente na Polônia. Os relatórios, que não citaram fontes, identificaram o homem como Wolodymyr Z.
O Ministério Público Federal disse que não comenta reportagens da mídia ou mandados de prisão.
Explosões em 26 de setembro de 2022 danificaram os gasodutos, que foram construídos para transportar gás natural russo para a Alemanha sob o Mar Báltico. Os danos aumentaram as tensões sobre a guerra na Ucrânia, à medida que os países europeus se moviam para se afastar das fontes de energia russas. Quem foi o responsável pela sabotagem continua sendo um mistério e os investigadores têm mantido segredo sobre suas descobertas até agora.
As autoridades suecas e dinamarquesas encerraram suas investigações em fevereiro, deixando o caso dos promotores alemães como única investigação.
As explosões aconteceram enquanto a Europa tentava se livrar das fontes de energia russas após a invasão em larga escala da Ucrânia pelo Kremlin. Elas romperam o gasoduto Nord Stream 1, que era a principal rota de fornecimento de gás natural da Rússia para a Alemanha até que a Rússia cortou o fornecimento no final de agosto de 2022.
Eles também danificaram o gasoduto Nord Stream 2, que nunca entrou em serviço porque a Alemanha suspendeu seu processo de certificação pouco antes da Rússia invadir a Ucrânia em fevereiro daquele ano.
A Rússia acusou os EUA de encenar as explosões, uma acusação que Washington nega. Os gasodutos foram alvo de críticas por muito tempo pelos EUA e alguns de seus aliados, que alertaram que eles representavam um risco à segurança energética da Europa ao aumentar a dependência do gás russo.
Em março de 2023, a mídia alemã relatou que um grupo pró-Ucrânia estava envolvido na sabotagem. A Ucrânia rejeitou sugestões de que poderia ter ordenado o ataque e autoridades alemãs expressaram cautela sobre a acusação.
Autoridades disseram no ano passado que investigadores encontraram vestígios de explosivos submarinos em amostras retiradas de um iate que foi revistado como parte da investigação.
