O CODE apela a ecossistemas abertos, permitindo à Europa tornar-se líder mundial em aplicações de IA – Euractiv

O CODE apela a ecossistemas abertos, permitindo à Europa tornar-se líder mundial em aplicações de IA – Euractiv

Tecnologia

A abertura está no centro da estratégia de competitividade da UE? A Euractiv falou com Lorenzo Frollini, fundador, CEO e CTO da Flywallet, uma empresa de tecnologia vestível, biometria e IA. Frollini explica por que a Flywallet apoia a CODE, uma nova coalizão de empresas que defendem ecossistemas digitais abertos.

EV: Qual será a contribuição do CODE para a Agenda Digital Europeia?

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LF: CÓDIGO acredita em centrar a abertura na Agenda da Competitividade, ao abraçar ecossistemas digitais abertos no quadro político da UE. No nosso contribuição recentedefinimos três vertentes de ação: fornecer escolha ao consumidor; abraçar o acesso aberto; e incorporar os princípios de abertura em novas tecnologias. É aqui que achamos que os formuladores de políticas da UE devem concentrar sua atenção.

EV: Por que uma Europa mais competitiva é vital para a corrida pela transformação digital?

LF: Uma Europa mais competitiva incentiva a inovação, levando ao desenvolvimento de novas tecnologias e soluções digitais. Tal transformação digital garantirá que a UE continue a atrair investimentos, reter talentos e manter a liderança tecnológica, aumentando assim a influência geopolítica da UE e fortalecendo a resiliência econômica.

EV: O que são ecossistemas digitais abertos?

LF: Ecossistemas digitais abertos são caracterizados pela capacidade das empresas de desenvolver, usar e explorar livremente tecnologias, padrões e sistemas interoperáveis. Eles estimulam a inovação porque capacitam a escolha do consumidor. Na Flywallet, acreditamos fortemente na cooperação e interação de diferentes soluções para fornecer a melhor experiência aos usuários finais.

EV: Como a UE pode promover conectividade contínua e sistemas interoperáveis ​​para impulsionar a inovação?

LF: A aplicação eficaz e consistente da legislação existente pode ajudar se a UE for corajosa o suficiente para enfrentar poderosos interesses adquiridos. Além disso, desenvolver padrões de interoperabilidade para modelos de IA e suas saídas, e implementar políticas que impeçam os fabricantes de vincular hardware e software exclusivamente a um serviço ou capacidade de IA também será crucial no futuro.

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Assim como o primeiro produto da Flywallet, o Keyble – a smartband biométrica projetada especificamente para idosos e trabalhadores aumentados – tornamos cada função completamente acessível no nível de hardware graças à conexão com nossa plataforma baseada em API. Esperamos que outros fabricantes também adotem essa abordagem para fornecer às empresas que desejam construir serviços mais bem integrados para os usuários finais.

EV: Por que é tão importante capacitar os consumidores para escolher e usar dispositivos e serviços de forma integrada?

LF: Vivemos em um mundo conectado digitalmente. Os usuários devem ser responsáveis ​​por suas experiências digitais – personalizando seus dispositivos e serviços para que funcionem para eles, e não o contrário. Isso não apenas fornece aos consumidores a melhor experiência, mas também aumenta a competição entre as empresas e, dessa forma, impulsiona a inovação.

Os usuários devem poder selecionar, usar e mover-se livremente entre uma variedade de dispositivos e serviços conectados, de smartphones a wearables, independentemente de marcas ou sistemas operacionais, e levar consigo todos os dados e conteúdos importantes sem custo, usando padrões abertos do setor.

Eles querem personalizar sua experiência escolhendo seus próprios padrões preferidos, sejam eles aplicativos, sistemas de pagamento ou serviços online. Os usuários devem ser capazes de mudar de um ecossistema para outro com facilidade e não se sentirem presos a uma empresa.

EV: Do lado regulatório, o que pode ser feito para apoiar padrões abertos e incentivar padrões de design que permitam aos consumidores fazer uma escolha livre?

LF: Os padrões abertos podem ser apoiados por vários meios, desde forças naturais de mercado até programas de certificação para dispositivos que atendem aos padrões de interoperabilidade, estendendo-se à aplicação e intervenção legislativa.

Especificamente, a UE pode endossar padrões de portabilidade de dados e conteúdo, como a Data Transfer Initiative, e dar suporte a iniciativas de troca de dispositivos e redes, como a implementação da infraestrutura eSIM liderada pela GSMA, empresas europeias de telecomunicações e tecnologia. Além disso, promover padrões de conectividade móvel desenvolvidos pelo 3GPP pode ajudar a sustentar a conectividade de próxima geração necessária para impulsionar a inovação.

Carteiras para pagamentos e identidade digital desempenham um papel crucial neste cenário, e os usuários devem ser capazes de usar a solução que preferirem. As empresas devem ser capazes de acessar qualquer componente de hardware, como NFC Secure Elements, para fornecer sua solução personalizada a fim de aumentar a concorrência e promover uma melhor experiência do consumidor para o usuário-alvo específico que desejam atender.

EV: Se os formuladores de políticas e a indústria da UE querem ecossistemas abertos, como eles trabalham juntos para alcançá-los?

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LF: Há muitas maneiras, mas para nós estabelecer estruturas colaborativas onde formuladores de políticas, líderes da indústria e partes interessadas podem se reunir regularmente para discutir e alinhar padrões e melhores práticas seria uma opção óbvia. O CODE, com sua associação diversificada abrangendo empresas proeminentes como Flywallet, Google, Honor, Lenovo, Lynx, Meta, Motorola, Nothing, Opera, Qualcomm, Vodafone e Wire, serve como uma base crucial para estabelecer essas estruturas.

Além disso, a promoção e implementação de padrões abertos para interoperabilidade, garantindo que sistemas e tecnologias possam se integrar perfeitamente em diferentes plataformas e dispositivos. Os formuladores de políticas podem ajudar encorajando as empresas a incorporar os princípios de abertura quando novos dispositivos e serviços estão sendo concebidos, em vez de ter que abri-los em estágios posteriores por meio de ações de execução.

EV: O CODE argumenta que a verdadeira segurança não deve depender do segredo, mas da robustez dos próprios mecanismos de segurança. Se for assim, como a Europa pode construir sistemas com maior confiança entre usuários e stakeholders?

LF: É tudo sobre promover práticas de segurança mais abertas e transparentes, permitindo o escrutínio público e a colaboração. Em termos concretos, nós apoiaríamos processos que permitissem patches oportunos, dentro de diferentes estruturas regulatórias e políticas de segurança cibernética. Sistemas abertos ajudam os patches a serem desenvolvidos, compartilhados e aplicados mais rapidamente em todo o ecossistema.

Da mesma forma, a colaboração entre empresas e reguladores em padrões globais, como padrões de criptografia e trabalho contínuo com a GSMA na rotulagem de recursos de segurança de Dispositivos Conectados. Uma divulgação centralizada de vulnerabilidades também ajudaria.

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É crucial promover parcerias entre o setor público, empresas privadas e a academia para compartilhar melhores práticas, inteligência sobre ameaças e recursos relacionados ao gerenciamento de vulnerabilidades.

Em essência, a abertura permite que os sistemas criem maior confiança com usuários e stakeholders, que podem verificar diretamente as medidas de segurança. Essa transparência é particularmente crucial em setores onde confiança e conformidade são primordiais, como saúde e finanças.

EV: Como a Europa pode se beneficiar de um ecossistema aberto com tecnologia de última geração, como IA e mundos virtuais?

LF: Ao promover ecossistemas abertos, a Europa pode ser líder mundial no desenvolvimento de aplicações de IA.

Atualmente, a infraestrutura de base para modelos de fundação é cara e consome muita energia. No entanto, startups e PMEs podem navegar por isso por meio da implantação e personalização de modelos de IA, dando a elas acesso a tecnologia que, de outra forma, não desenvolveriam por conta própria.

Ecossistemas abertos promovem amplamente a interoperabilidade e a colaboração, permitindo a integração perfeita de novas tecnologias em várias plataformas. Isso leva a mercados mais competitivos, acelera os avanços tecnológicos e fornece aos consumidores maior flexibilidade e confiança em suas interações digitais. Essa abordagem não apenas promove a competição justa, mas também incentiva a inovação e a diversidade no cenário tecnológico, dando espaço para startups como nós.

EV: O que acontece se a Europa demorar a agir para transformar sua competitividade e obstruir ecossistemas abertos?

Ela corre o risco de ficar ainda mais para trás na corrida tecnológica global. Essa hesitação pode não apenas levar à redução da inovação, mercados menos competitivos e diminuição da escolha do consumidor; além disso, a UE pode perder os benefícios econômicos e sociais que vêm com a liderança em tecnologias emergentes como IA e mundos virtuais.

Em última análise, a falha em adotar ecossistemas abertos pode resultar na perda de liderança e crescimento tecnológico, deixando a Europa dependente de inovações externas e comprometendo sua soberania digital.

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Na Flywallet, esperamos uma Europa onde novos participantes possam crescer a partir dessa abordagem de abertura digital, resultando em uma variedade de soluções que ajudem melhor a vida cotidiana de cada usuário específico e suas necessidades.

Lorenzo Frollini e CÓDIGO

Lorenzo Frollini é o fundador, CEO e CTO da Flywallet. A missão da Flywallet é capacitar pessoas vulneráveis ​​a viver uma vida mais saudável e segura combinando tecnologia vestível, biometria e IA.

O CODE visa promover a colaboração entre acadêmicos, grupos de consumidores, empresas, formuladores de políticas e startups em um esforço coletivo para incorporar os princípios de abertura, como escolha do consumidor, acesso e interoperabilidade.

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