Um tribunal russo condenou uma bailarina russo-americana a 12 anos em uma colônia penal por “alta traição” após ela supostamente ter transferido fundos para uma instituição de caridade ucraniana em fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou sua invasão em grande escala no país.
Ksenia Karelina, de Los Angeles, estava visitando a família na Rússia quando os investigadores revistaram seu telefone e descobriram que ela havia doado fundos para uma instituição de caridade ucraniana. De acordo com uma declaração publicada em Facebook por um spa onde trabalhou anteriormente, Karelina doou US$ 51,80 para uma instituição de caridade ucraniana nos EUA
As autoridades não confirmaram esse valor e a NBC News não conseguiu verificar de forma independente a quantia ou a natureza da suposta doação. A sentença da bailarina de 33 anos é a mais recente de uma série de detenções de cidadãos de nações ocidentais na Rússia e ocorre no contexto da guerra de dois anos e meio da Rússia com a Ucrânia.
O governo do presidente russo Vladimir Putin reprime a dissidência desde o início da guerra e qualquer crítica aos militares é proibida.
No início deste mês, a Rússia libertou quatro moradores dos EUA, incluindo o repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich e o executivo de segurança corporativa americano Paul Whelan, na maior troca de prisioneiros desde o fim da Guerra Fria.
O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) disse que a doação de Karelina “foi posteriormente usada para comprar suprimentos médicos táticos, equipamentos, armas e munições para as forças armadas ucranianas”.
A mulher de 33 anos “admitiu totalmente sua culpa” em um julgamento fechado na cidade de Yekaterinberg, no sudoeste da Rússia, na quarta-feira, de acordo com um comunicado à imprensa do Tribunal Regional de Sverdlovsky.
Sua sentença é acompanhada de uma multa de 300.000 rublos (US$ 3.361) e o veredito entrará em vigor em 15 dias, a menos que haja apelação pelas partes.
Karelina nasceu na Rússia, mas tinha dupla cidadania russa e americana, tendo vindo para os EUA para estudar na Universidade de Maryland em Baltimore antes de se mudar para Los Angeles, de acordo com a Associated Press.